quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Sem título

Não sei por onde e nem como começar a escrever o que estou afim de escrever. Me considero uma contradição em constante construção. E nestes últimos dias tenho estado mais instrospectiva do que nunca. Tenho estado bem mergulhada no meu aquário. A diferença é que agora ele é de vidro, não adinta fugir e tenta ficar só na minha, vejo o mundo mesmo dentro dele.

Bisbilhotei meu blog, olhei antigo posts. Recordei histórias... Observei a bagunça do meu quarto, assim como observei o jogo de cartas das minhas 5 tias. Encontrei um pedacinho de mim em 5 mulheres tão diferentes e tão iguais. Olhei também a minha afilhada com apenas 1 ano de vida pedindo "desculpas" para sua mãe (será que ela sabe o significado desta palavra?). Olhei profundamente os olhos claros da Paulinha, me identifiquei com sua teimosia. Ouvi o elogio do Paulo, primo, padrinho, mas talvez o irmão mais velho que não tive. Ontem eram puxões de orelha, hoje um "legal o teu blog". Inclusive não esperava tanta "repercurssão" sobre ele (o blog)na família. Um espaço tão contraditório quanto eu, pois ele é tão "particular" mesmo sabendo que na internet nada é "particular".

Também tô lendo mais. Várias coisas na internet e um interessantissímo livro que me faz pensar mais na vida, se chama "Histórias de Mulheres" da Rosa Monteiro. Mesmo sabendo que tô na TPM tenho observado como meu humor oscila.

Observei também as pessoas na rua, como a sociedade ainda é hipócrita. Vi um mendingo se aproximar de três senhoras para pedir algo e além de um "não", observei uma delas, super aflita, segurando sua bolsa entre os braços como se fosse a última coisa do mundo.

Observei como a imprensa dá notícias sobre a juventude. Mas de forma hipócrita também, afinal esse é o mundo em que vivemos: Cinco jovens mortos numa chacina no bairro Bom Jesus (tráfico de drogas), um SUBCOMANDANTE da Brigada Militar reage a assalto e dispara simplesmente três tiros num jovem de 20 anos (no peito, barriga e costas). Já a outra face da juventude, aquela que realiza o sonho de entra na faculdade, aquela que teve oportunidades diferentes, faz o quê? Queima uma estudante de 18 anos, grávida, com gasolina e creolina durante um trote da faculdade!

Lembro que escrevi no blog quando eu estava a 97 dias do meu aniversário. Também escrevi sobre as "faxinas"que fiz em minhas coisas e em mim mesma. Mas agora, há 9 dias do meu niver não é só a TPM que tem me deixado "meio sei lá"... Minhas vésperas de aniversário são sempre assim. Sou bem supersticiosa e sempre acreditei no que muitos dizem, que o ano novo da gente só começa depois do aniversário.

E como diz hoje a sorte do meu orkut que "a mudança é a lei da vida". A verdade é que não terminei a tal faxina. Eu estou fechada pra balanço. Tô em obras! Primeiro fazendo uma faxina interna e externa pra depois reconstruir. E não é facíl. Já chorei por coisa que pensei que nunca fosse chorar, senti rancor, inveja, pena (sentimentos que não gosto). Senti saudades, ansiedade, alegrias... Sentimentos que todo ser humano, suscetível a erros e acertos, feito de carne e osso, sentem.

Eu não quero simplesmente virar uma página. Mudar por mudar. Até porque sempre carregamos uma mala chamada "bagagem de vida" e talvez no fundo sempre serei a mesma. Porém quero encerrar um capítulo. Sem deixar de ser embalada pelo vento, apenas quero começar um novo volume. Quero sentir saudades do que passou, porque aí sim saberei que valeu a pena. Só o que foi bom deixa saudade! Quero abrir as cortinas. Iniciar um novo ato de uma peça nada facíl chamada vida!


P.S: O título deste post é esse mesmo: "Sem título".

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