Cheguei da rua. Bem atucanada. Coração apertado. Preocupada. Não consegui acompanhar a consulta do meu pai. Tô tentando resolver os meus problemas de saúde. Mas é um saco, de cada dez palavras que o dentista me falava somente duas entravam na cabeça. Pensava longe: "vão falar um monte de coisas e depois minha mãe não vai saber explicar nada". Bingo! Pra ajudar, neste dia confuso, ligam lá pra casa pedindo pra eu repetir aquele exame chato: O Holter. Mas que merda mesmo, mais uma preocupação pra minha mãe, porque não ligaram direto pra mim? Que saco, amnhã vou ter que me desbravar da zona norte de novo, perder serviço, pra ficar com aquela coisa chata medindo meus batimentos!
É nesses momentos que penso... As pessoas andam tão cheia de coisas, e ainda tem gente que tem tempo de cuidar da vida alheia!
Pior de tudo, aliás, melhor de tudo (é que faço questão de olhar a vida de outra forma), é que pelo menos tenho conseguido me virar... Dar um jeito nos problemas. Tem gente que infelizmente nem isso.
Por hoje fico com a Martha. Sábias palavras que acalmaram meu coração quando cheguei da rua. "Furtei" do blog da Isabela Soares. Pensando bem, acho que no fundo sou feliz!
"Você é feliz? Não espalhe, já que tanta gente se sente agredida com isso. Mas também não se culpe, porque felicidade é coisa bem diferente do que ser linda, rica, simpática e aquela coisa toda. Felicidade, se eu não estiver muito enganada, é ter noção da precariedade da vida, é estar consciente de que nada é fácil, é tirar algum proveito do sofrimento, é não se exigir de forma desumana e, apesar (ou por causa) disso tudo, conseguir ter um prazer quase indecente em estar vivo."
Martha Medeiros.
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