segunda-feira, 13 de julho de 2009

Saudades


Subiu no banquinho e tirou de cima do armário o colchão todo empoeirado. Daquele pó vieram as lembranças. Pareçe que ele ficou ali de propósito. Esperando a hora certa de "irritar" olhos, boca e coração. Há pouco tempo atrás estaria fazendo isso para si mesma. E assim o filme começou a rodar na cabeça.
Ao chegar no local de partida o reencontro com velhos companheiros rendeu abraços apertados. Votos de esperança, de melhoras, pessoais e políticas. Sonhos de um país melhor. Sonhos de um mundo melhor.

A saudade apertou ao ajudá-la na organização dos últimos detalhes: fechar a mala, pegar as pilhas, conferir o que falta. O filme continuou a rodar e uma imensa vontade de ir junto surgiu. Sempre soube que era movida por sentimentos. E o fato de não estar presente fisicamente não siginificava que não estaria lá de outras formas. Quer queiram, quer não queiram, algumas linhas, talvez até páginas desta história ela faz parte. Para simbolizar que o coração, tão cheio de sonhos mas limitado pela vida, ainda é o mesmo, deixou seu livreto com frases e trechos daquele que sabe traduzir em palavras sonhos e lutas.

"Pensei que tu não iria sentir saudades". Tinha razão, nem ela esperava por isso. É que para o coração não há razão. E lembrou que "saudade se sente só quando a coisa foi boa".

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