domingo, 15 de novembro de 2009

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Das 24 horas que fiquei na emergência do hospital com meu pai um triste fato me chocou profundamente. Por volta das 7h da manhã a equipe de limpeza do DMLU foi remover o lixo e dentro de uma lixeira, enrolado em um pano branco cheio de sangue, estava um feto. Sim! Um feto perfeitinho, cinco meses, com as unhas formadas, com o sexo amostra. Era menino. Um anjo que por pura ignorância foi jogado num lugar onde se jogam os restos. Com certeza aquilo foi um aborto. Eu acredito que foi de alguma mulher, moradora de rua, usuária de crack. O fato é que até o momento eu estava conseguindo aguentar no osso tudo o que estou passando, mas aquilo me fragilizou muito. Meu Deus, onde esse mundo vai parar deste jeito? Como jogar uma VIDA num lixo? Enquanto eu observava inúmeros pacientes dentro daquele hospital, assim como meu pai, lutando pela vida, se esforçando pra viver! Daí vem um MONSTRO e joga um feto no lixo? Inexplicável! Talvez eu não deveria ter olhado aquilo. Sou curiosa demais. Mas a realidade é cruel. Não posso ser hipócrita e fechar meus olhos só para meus problemas.

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