terça-feira, 16 de março de 2010

Carta a uma mulher carente

Tinha esquecido de compartilhar com os "sete leitores do meu blog" (segundo o querido leitor Daniel) este texto publicado no blog da jornalista Mariana Bertolucci.

Antenção amigas: Caso você se identifique não se sinta culpada! Quando li o texto parecia que ele foi feito pra mim!



Carta a uma mulher carente

6 de março de 2010

As mulheres são divididas em três tipos. As que negam que são carentes, as que desconfiam que talvez tenham momentos carentes e as mais esclarecidas, que conhecem, embora não controlem todas as suas limitações emo-afetivas.

Eu não li todo o livro que o Ney Amaral está lançando hoje no Juvenil. Abri alguns capítulos aleatoriamente e gostei do título Cartas para uma Mulher Carente. Decidi escrever a minha.

Bem, você que começou a ler esse texto só por curiosidade, achando que pode ser divertido ou lembrando de alguma amiga próxima. Cuidado!

Parece um caso típico de carente rebelde. É sério. Vai faltar auto-policiamento, os conselhos das amigas não serão ouvidos e as relações detonadas facilmente.

Vamos as suas características. Você se acha tão decidida e independente, que não há nenhum problema em tomar a atitude.

Se o moço não entendeu a abordagem escancarada, é porque é babaca ou veado. Se abordagem funciona e a carência “que você não tem”, diga-se de passagem, é saciada numa parede escura de uma festa com amassos automáticos, palmas para você.

Bem feito para as suas amigas, você não é carente, viu? É uma baita pegadora, cheia de iniciativa e consegue o homem que quiser. Só não casou ainda, porque tem muita mulher bonita e galinha por aí, e ninguém é bom o suficiente para você.

No outro dia, o cara dos amassos não liga. Nem no outro, nem no outro. Idiota. Na verdade, você que coloca medo em todos eles. Eles gostam de mulheres facilmente dominadas e para isso, você precisaria nascer de novo.

Você não é frágil, é poderosa. Eles a desejam, mas morrem de medo. Porque é bem-sucedida, bonita, inteligente, cheia de amigos.

Daí, você tenta de todas as maneiras ajudá-lo a entender como está atrapalhado e é mal-resolvido. Vai nos mesmos lugares, cerca os mesmos amigos, insiste, olha, dança feito uma boba, quando a vontade é de sair correndo. Acorda fofa! Eles só não fazem, o que não querem. Quer que eu desenhe?

Então você acaba desistindo, beija outro, muda o núcleo, que nem diz uma amiga minha, a Flavinha Mello. Sai do Vale a Pena ver de Novo e decide Viver a Vida.

Posta fotos novas no Facebook. Caras, bocas, biquínis. Só falta dizer que tem diarreia no twitter. Ninguém tem coragem de lhe dizer o quanto você parece patética e carente nas fotos, nas frases.

Coloca boa parte da sua vida e todos os seus mistérios no maior depósito virtual de carência do mundo.

Se você é do segundo tipo, aquele que desconfia da própria carência, não perca tempo.

Procure ajuda. Escute quando sua amiga diz que é melhor não ligar a sexta vez para o cara que você sai.

Se ele não atendeu é porque não pode, ou não quer falar. Não vai ser a sétima ligação que vai dar certo.

Tente não achar, que só porque ele não responde no mesmo segundo no MSN, está falando com a outra pessoa muito mais engraçada, mais gostosa e interessante que você.

Não pergunte com voz de morta, no que ele está pensando ou por que ele está diferente, Não na hora da exaustão, quando o sono é muito maior do que a vontade de lhe mandar a merda.

Não chore baixinho e no escuro. Vá ao banheiro, acenda a luz e chore se olhando no espelho. Repare que cena ridícula você está protagonizando.

Não quebre a cabeça se questionando porque você só gosta de homens insensíveis. Para toda mulher carente, sempre tem um homem grosso e injusto.

Se sentir que acordou descontrolada, coloque o celular na bolsa de uma amiga, caso decida tomar uma cervejinha.

Não escreva mais um e-mail imenso com as mesmas coisas em outras palavras. Ele é grosso, não burro, esqueceu?

Não pergunte por que ele está fazendo isso com você? Ele já está tonto, não tem essa resposta ou provavelmente está pensando que se não fizer isso, pode acabar preso por estrangulamento.

Não pergunte se existe outra pessoa. Quando existir, você vai saber. Você é chata, mas também não é burra.

O livro com relatos e crônicas sobre o tema fala com algum humor dessa característica feminina, mas o autor e médico, também faz relações fisiológicas dos comportamentos feminino e masculino.

Explicando científica e geneticamente algumas ações e reações.

O fato é que se você achar que pertence ao terceiro time de mocinhas nervosas, dramáticas, chatas e choronas de mulheres, já está com meio caminho andado.

Ciente, vive em constante auto-vigilância. Já deve ter espantado uns tantos e agora trata de equilibrar com harmonia a bagunça entre seus hormônios e neurônios.

Um comentário:

Soninha disse...

Presente! Só faltam 6...