quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Chegada e partida

Nesta semana duas datas completamente antagônicas se encontraram. Dia 09 de janeiro completou um ano que minha mãe me deixou. Dia 12 de janeiro é seu aniversário. Sim, apenas três dias de diferença marcam uma chegada e uma partida. Eis que me pergunto: Por qual motivo temos mania de contar o tempo em que alguém partiu?

Veja bem. Contabilizamos 7 dias de falecimento, 1 mês de falecimento, 1 ano de falecimento, etc. Tudo bem que também celebramos os aniversários, mas você conta quantos dias está vivo? Não, ninguém faz isto. "Hoje  é meu aniversário de 24 anos e 11 meses de vida". Não. Realmente deixamos para comemorar somente naquele dia que marca nosso nascimento. Loucura né?

Desta loucura toda, desta imensa saudade que um colo de mãe deixa, encerro com uma frase de John Lennon, que me veio a cabeça agora: "A vida é o que acontece enquanto você está ocupado fazendo outros planos".

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

No silêncio uma resposta

Meu blog está mais parado que água de poço. Bem ao contrário da minha vida, que sempre foi, e sempre será, super agitada como as águas do mar. Resolvi "tirar o pó" desse cantinho contando um segredo...

Sempre que penso no meu pai acabo lembrando de algo que ele viu, nunca comentou, e levou com ele. Vou contar primeiro a história e depois vou tentar explicar o significado.

Certo dia, ou melhor, madrugada, eu e o Jeferson ainda não eramos "oficialmente" namorados (embora ele já tivesse ido na minha casa), saímos de uma festa e junto com uma amiga fomos para minha casa. Detalhe, que eu adoro encher a boca para contar: eu estava na Cidade Baixa e ele na Zona Sul. Ele saiu às quatro horas da madrugada do outro lado da cidade para me encontrar.

Chegamos na minha casa. Eu, Jeferson e minha amiga, ficamos jogando conversa fora na sala. Por um instante minha amiga saiu da sala. Naquele dia eu e ele não havíamos ficado, não havíamos trocado um beijo se quer. Pois não é que justo na hora em que ficamos sozinhos, e que ele me deu um beijo, o meu pai apareceu na sala? Morri de vergonha. Sempre respeitei meus pais, não estava fazendo nada de errado, até porque minha família é tão maravilhosa que sempre acolheu amigos em minha casa. Porém fiquei com vergonha porque meu pai já estava doente. Na verdade achei uma falta de respeito da minha parte.

Bom, você que está lendo este texto deve estar se perguntando: "mas e daí? O que teu pai fez quando viu vocês se beijando?". Então, aí que está o "xis da questão". Meu pai me surpreendeu e não disse e nem fez nada. Nem naquele dia, nem no dia seguinte, nem nunca. Contei tudo para minha mãe e ela também "estranhou". Afinal, logo o seu Sergio Roberto Campos Silva não teceu nem se quer um comentário com ela.

O tempo passou, meu pai nos deixou e eu e o Jeferson começamos a namorar alguns meses depois. Até hoje me pergunto: "O que será que meu pai pensou?". Eu e o Jeferson ficamos sem jeito naquela noite. Embora seja super natural dois namorados se beijarem com carinho na frente de qualquer pessoa, naquela situação o Jeferson ainda não era meu namorado.

Mas lá vou eu analisar as coisas... Eis que encontrei o significado desta história. Nada é por acaso (sim, eu sempre repito isto). Naquele dia, de uma forma um pouco inusitada, meu pai conheceu seu genro, e se ele (quem o conheceu sabe do que estou falando) não disse nada é porque seu futuro genro havia sido aprovado pelo seu futuro sogro. O silêncio do meu pai é a grande resposta. Seu silêncio foi a aprovação que toda mulher no fundo procura de seu pai sobre seu namorado.